Tuesday, July 18, 2006

Sol

Eu toquei o Sol. Numa noite sem nada de especial, uma dessas noites que nenhum poeta escolheria como inspiração, eu o toquei.
Ele veio assim, como um homem, talvez por tédio, talvez amor... Um homem de cabelos escuros que nada tem em comum comigo. A não ser os olhos. Olhos grandes e tristes. Olhos de um povo há muito tempo perdido.
Colocou suas mãos em mim e me deixou uma marca... não importa. Agora não importa. Ele sussurrava. Sim. O Sol sussurra e é macio. E cheira bem, um cheiro morno que foi me deixando meio tonta. Tem uma força inexplicável. Incompatível com seu tamanho. E uma boca que nada tem de humana pois que é a perfeição. Ficou ali comigo. Uma noite.
Nunca, em tempo algum, fui tão bela como em seus braços.
Então ele se foi. Sem mais. Num segundo. Me deixou uma sensação estranha no ventre. Não é dor. Nem saudade. Nem medo. É algo que ainda não conheço, por isso chamo-a insolação.
Me resta ainda a vontade de gritar aos quatro cantos que toquei o Sol.
E que todo ele é beleza, que o calor que ele proporciona é único. E que cada marca que ganhei naquela noite é prazer e delicadeza.
Eu toquei o Sol. E daria a eternidade ( se eu a tivesse) por isso.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

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3:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Lindo. Como aqueles poemas que tem na simplicidade das palavras e na profundidade das sensaçoes que evoca seu segredo. É isso. Lindo.

11:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

Hmm I love the idea behind this website, very unique.
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7:51 PM  
Anonymous Anonymous said...

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11:10 PM  

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