Para não Mais Dividir
Naquele dia ela chegou mais cedo e ele já estava em casa. Ela sorriu. Eles continuavam fazendo as coisas como se estivesse combinado. Depois de tanto tempo. Todo esse tempo. Perguntou se ele já tinha jantado. Respondeu que não. Estava esperando-a. Ainda esperava-a. Ela riu da resposta. Pareceu um pouco dramática. Ele também nunca estava em casa. Foi fazer algo para jantar. Mas o jantar já estava pronto. Ele tinha cozinhado. Ela ficou surpresa, mas não disse nada. Sentou-se com ele e jantou. Tranquila. Depois do jantar, sentaram-se juntos no sofá e ele a abraçou, longamente. Disse que não queria mais dividi-la. Já tinha se esforçado o bastante. Agora bastava. Ela respondeu que ele não a dividia, mas que eles tinham outras coisas, não mais importantes que o outro, nunca, mas também importantes. Ele balançava a cabeça, não era isso. Ele estava sendo claro, por que ela fingia que não estava entendendo? Disse de novo: Agora não mais. Chega. Não quero mais dividi-la. É isso. Não complique. Ela achou romântico, mas ficou um pouco irritada. Onde ele achava que aquela conversa iria chegar? Aconselhou que fossem dormir. Ele concordou. Deitaram-se. Ele a beijou como há muito tempo... ela chorou em silêncio. Ficaram abraçados. Ela disse que o amor devia poder libertar. Que estavam juntos, que ele se acalmasse, desfranzisse a testa. Ele apenas disse: Não. Por agora basta. Quero -a só minha. É tudo. Ela fingiu que não ouviu para não iniciar uma discussão e pegou no sono. O despertador tocou de manhã, ela sempre atrasada. Ele já não estava. Ela se levantou correndo para um banho.
A porta do quarto trancada.
A porta do quarto trancada.
2 Comments:
Ai, caramba!!!
Beijos no pé!
Ai, caramba!!!
Beijos no pé!
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